sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Obaobamania

Quando vejo a festa, verdadeiro carnaval, que a mídia amestrada mundial faz em torno de um nome, de uma figura e de um cargo, não posso deixar de me lembrar de Taylor Caldwell. No seu livro “Os Capitães e os Reis” esta grande escritora anglo-americana descreve uma eleição presidencial nos Estados Unidos, no fim da qual o candidato favorito é assassinado por não compactuar com os verdadeiros donos do poder. E ela diz: “Eles (os donos do poder) estão acima do bem e do mal. Os Césares que eles levam ao poder são - conscientemente ou inconscientemente - suas criaturas e, tanto faz se na Europa, Rússia, China, África ou América do Sul, sem forças.”

Por isso não consigo me engajar neste movimento eufórico. Seja Osama, seja Obama, há que fazer o que ELES querem. Certamente nada vai acontecer que justifique as esperanças que fizeram brotar na mente da senhora diarista que cuida da minha casa e até agora nunca se interessou por política, muito menos internacional. Não, não é um novo messias que chegou aí. Vai continuar tudo como está, algumas mudanças nos enfeites, na perfumaria, só que tudo mais controlado e nós todos um pouco mais acabrestados. Quem se opor é eliminado, nem que para tanto seja necessária uma GUERRA MUNDIAL.

De fato os donos do poder encontraram nos Estados Unidos um eficiente executor de ordens, cuja tradição de violência garante a força necessária para alcançar seus objetivos. Veja aqui um pouco da sua História bélica.

A colonização da América do Norte começou por volta de 1607 e até o fim daquele século os colonizadores ingleses e holandeses viviam se enfrentando entre si. Depois vieram as batalhas entre os Novos Ingleses e os Novos Franceses. Derrotados os últimos em 1763 os colonizadores ingleses, com ajuda da França e da Espanha, tiveram que enfrentar em cruentas batalhas os Velhos Ingleses, que não queriam abdicar da condição de donos da colônia. Independente em 1776, com Constituição em 1789, oito anos depois, a nova nação inicia guerra marítima contra a França e acaba perdendo 300 navios. O terceiro presidente, Thomas Jefferson, faz uma guerra de quatro anos contra a Pachá de Trípolis. Seu sucessor, James Madison, ocupa militarmente a Flórida em 1810 e em 1812 declara guerra à Grã-Bretanha, porque quer incorporar o Canadá. Do chefe seguinte data a “Doutrina Monroe” através da qual começam a se arvorar de Donos das Américas. De 1846 a 1848 registramos a guerra como o México, na qual este perde metade de suas terras: Texas, Califórnia, Arizona, Nevada, Utah, parte do Novo México, Kansas, Colorado e Wyoming. Seguiu-se a Guerra da Secessão, americanos contra americanos, em 1861 até 1865.

Durante todo o tempo não se descuidam da guerra de extermínio contra os índios.

Em 1898 anexaram a República do Havaí e iniciam a guerra contra a Espanha, através da qual anexam mais Porto Rico, Guam e a base naval de Guantánamo em Cuba. A Espanha perde ainda as Philipinas, que passam a território ocupado por 47 anos. Na guerrilha que segue estima-se que tenham sido exterminados 200.000 filipinos. Aí já temos um Roosevelt, o Theodore, como grande “incentivador”. Era o da política do BIG STICK. É ele também que complementa a Doutrina Monroe avocando aos americanos o direito à intervenção armada na América Latina. Direito este ao qual abusaram, conquistando até mesmo o Canal do Panamá.

Poucos anos depois a I Guerra Mundial quando seu Presidente Wilson diz que governos autocráticos (Alemanha era uma monarquia) são uma ameaça à paz e à liberdade dos povos.

Eis que “com Deus e pela Liberdade” chegam à II Guerra Mundial, à Coréia, Vietnam, Grenada, Iraque I, Afeganistão, Iraque II – opa! esqueci o Cosovo da Sérvia.

Como diria Gore Vidal Perpetual War for Perpetual Peace. Mas é a Alemanha que leva a fama e paga a conta.

Autor: Norberto Toedter



Comentário: Não esperem mudanças significativas na política internacional norte-americana quando o afro-descendente Obama assumir a presidência dos EUA. Em relação à Israel tudo continuará na mesma. Veja o vídeo abaixo e tire suas próprias conclusões.


Nenhum comentário: