sexta-feira, 29 de maio de 2009

Os Líderes do Nacional-Socialismo e o Suposto Holocausto

Nas toneladas de documentos confiscados do regime NS pelas potências vitoriosas, não se encontra qualquer plano, ordem ou alguma outra prova para um suposto projeto de extermínio industrializado dos judeus. O especialista em Holocausto e autor de livros, o judeu Raul Hilberg, que vive nos EUA, explica seriamente esta escassez de provas: o plano foi tão secreto, que a totalidade das ordens foi dada através de "transmissão de pensamento" ("meeting of minds, a consensus, mind-reading by a far-flung bureaucracy").

Com este argumento infame, todas as perguntas relativas às provas para um suposto genocídio de seis milhões de judeus são colocadas de lado. Por outro lado, são apresentados trechos de declarações dos líderes políticos NS como prova do Holocausto. Os senhores especialistas em Holocausto se contradizem e parecem não notar: ou o plano de extermínio dos judeus foi tão secreto, que a transmissão da ordem só podia ser por telepatia e através de uma linguagem camuflada, ou o projeto foi exposto sem rodeios, de forma notória e pública. A seguir, devem ser ainda apresentadas aqui algumas declarações freqüentemente mencionadas de alguns principais líderes políticos Nacionais-Socialistas.
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Adolf Hitler

Freqüentemente é afirmado que Adolf Hitler já teria anunciado em seu livro "Minha Luta" o extermínio dos judeus com gás venenoso. Neste contexto é citada a seguinte colocação:

“Se tivesse colocado no início da guerra ou durante ela, doze ou quinze mil destes hebreus depravadores do povo sob o efeito do gás venenoso, assim como tiveram de aturá-lo no campo centenas de milhares de nossos melhores trabalhadores de todas as classes sociais e profissões, então não teria sido em vão a perda de milhões de vítimas no campo de batalha. Ao contrário: doze mil patifes liquidados na hora certa, teria talvez no futuro salvo a vida de um milhão de valorosos alemães”.

Esta passagem encontra-se no segundo volume, no capítulo O direito de defesa, onde Hitler discute as relações na primeira guerra mundial e ataca o marxismo, que é conduzido na Alemanha principalmente pelos judeus. Assim como a referência ao passado, como também a forma condicional ("Se tivesse") levam à sugerir de que se trata aqui de uma pura manifestação propagandística, e de forma alguma planejada ou programada.

Seja lembrado neste contexto que o judeu Kurt Tucholsky, dirigindo-se àquela classe burguesa, a qual não compartilhava de sua posição pacifista, expressava o seguinte desejo:

"Queira o gás rastejar furtivamente no quarto de suas crianças. Queira que elas caiam lentamente, os bonequinhos. Eu desejo à mulher do pastor e à do chefe da redação e à da mãe do escultor e à irmã do banqueiro, que eles encontrem a dolorosa morte amarga, todos juntos”.

Certamente não deve ser afirmado aqui que Tucholsky planejou eliminar seus adversário com gás. Todavia, considerando o rude estilo lingüístico daquele tempo, é então até um absurdo, considerar a passagem bem mais amena de Hitler em Minha Luta como prova para o Holocausto.

Em seu discurso de 30 de Janeiro de 1939 no Reichstag, Hitler falou pela primeira vez textualmente em eliminação com relação aos judeus:

"Se o internacional poder judaico financeiro dentro e fora da Europa conseguisse levar os povos mais uma vez a uma guerra mundial, então o resultado não será a bolchevização do mundo e com isso a vitória do poder judaico, mas sim a exterminação da raça judaica na Europa”.

Historiadores reconhecidos querem com esta citação de Hitler, reconhecer uma prova do plano de extermínio, porém, não dispensam uma única palavra à primeira parte do parágrafo. A preocupação aqui expressada, de que influentes e ricos círculos judaicos poderiam levar a Alemanha à guerra, foi criada do nada? Com certeza seria interessante deixar aqueles círculos se pronunciarem:

Daily Express, London, 24 de Março de 1933:

"Judéia declara guerra à Alemanha... Quatorze milhões de judeus em todo mundo estão juntos como um só homem e declaram guerra à Alemanha”.

O líder sionista Wladimir Jabotinsky, em Janeiro de 1934, no jornal judaico Tatscha Retsch:

"Nosso interesses judaicos exigem o definitivo extermínio da Alemanha”.

The Youngstown Jewish Times, 16 de Abril de 1936:

"Depois da próxima guerra não existirá mais uma Alemanha. A partir de um sinal de Paris, se colocaram em movimento França e Bélgica, assim como os povos da Tchecoslováquia, para esmagar mortalmente com um movimento de pinça, o colosso alemão. Eles irão separar a Prússia e a Bavária um do outro e aniquilar a vida nestes Estados”.

The American Hebrew de 30 de Abril de 1937:

"Os povos chegarão à seguinte conclusão de que a Alemanha nazista merece ser exterminada da família das nações”.

Estes são alguns poucos exemplos de um grande mar de propaganda anti-alemã. Diante deste cenário, o discurso de Hitler em 30 de Janeiro de 1939 não foi nada mais do que uma equivalente estilística réplica à contínua incitação à guerra e às publicamente afirmadas fantasias de genocídio dos sionistas, porém, de forma alguma, a proclamação do extermínio dos judeus.

Citado integralmente e analisado no contexto da época, o freqüentemente usado citado de Hitler contradiz sobretudo a ainda predominante tese de que o regime NS almejava por si só uma guerra. O procurador chefe britânico do IMT, Sir Hartley Shawcross expressou, aliás, num discurso em 16 de Março de 1984, o seguinte tardio juízo em relação à pressuposta intenção de guerra de Hitler:

"Passo a passo tenho chegado sempre mais à convicção, que os objetivos do comunismo na Europa são tenebrosos. Eu acusei os Nacionais-Socialistas em Nuremberg. Juntamente com meu colega russo, eu condenei a agressão e o terror nazista. Hitler e o povo alemão não quiseram a guerra! Segundo os princípios da nossa política Balance of Power, através do estímulo dos 'Americanos' junto a Roosevelt, nós declaramos guerra à Alemanha para exterminá-la. Nós não respondemos às diferentes súplicas de paz por parte de Hitler. Agora nós devemos reconhecer que Hitler estava certo. Ao invés de uma Alemanha cooperativa que ele nos ofereceu, temos o enorme poder imperialista soviético. Eu me sinto envergonhado e humilhado, para ver agora, como os mesmos objetivos que atribuímos a Hitler, são perseguidos agora sob um outro nome e as mesmas táticas são usadas desenfreadamente”.

Heinrich Himmler

Freqüentemente são citados trechos de dois discursos de Heinrich Himmler em 4 e 6 de Outubro de 1943, diante de líderes do NSDAP, em Posen. Himmler deve ter se expressado de forma estranhamente aberta sobre a suposta eliminação planejada dos judeus num trecho questionável de seu discurso. A reprodução dos dois discursos, ainda que parcial, iria extrapolar o objetivo deste trabalho. Wilhelm Stäglich citou integralmente e analisou criticamente os dois discursos. As mais importantes contradições deixam-se resumir da seguinte forma:

- Himmler pediu aos ouvintes, "nunca falarem sobre aquilo" e "levar o segredo consigo para o túmulo"; todavia, ele discursava sem um motivo aparente para pessoas que não tinham qualquer relação com o suposto extermínio dos judeus. Também a evidente pergunta, porque Himmler logo num discurso secreto deixou gravá-lo e reproduzi-lo em disco, foi penosamente esquecida pelos reconhecidos historiadores. Seja salientado que a qualidade do tom da gravação é tão miserável, que a voz do orador é ininteligível.

- Himmler é citado com uma já comprovada falsificada declaração de que o extermínio dos judeus faz parte do programa partidário do NSDAP. Himmler era membro desde 1923 e por muitos anos chefe da propaganda do NSDAP. É difícil de acreditar que um tal deslize fosse possível, ainda mais num discurso para funcionários do partido NSDAP.

- Himmler discursa sobre o extermínio de judeus na forma passada, como se ele fosse uma ação concluída já em Outubro de 1943. Isto se coloca em total contradição com a própria representação oficial do Holocausto.

Abstraindo estas contradições sobre o conteúdo, nota-se numa análise minuciosa dos manuscritos do discurso, que justamente os trechos mais citados não passam no restante do documento. David Irving comprovou que os trechos duvidosos foram escritos com uma outra máquina, usando uma outra fita de tinta e a numeração das páginas em questão foram escritas a lápis. Estes inquestionáveis indícios de uma falsificação são somente notados por aqueles historiadores que submetem os documentos originais a uma análise profunda e imparcial.

Fonte: A Verdade Proibida

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Delícias do Multiculturalismo II

O vídeo abaixo, captado pelo sistema de vigilância de um ônibus de Paris, mostra um jovem branco sendo roubado e espancado por um grupo formado por jovens de pele morena, frutos da terceira geração de imigrantes na França. São seis minutos de violência gratuita e covarde, nos quais sobram socos e pontapés para outros passageiros que tentam acalmar a situação.
O governo francês abriu uma investigação para descobrir quem foi o responsável por divulgar as imagens. Um policial foi detido, mas liberado logo depois.
O vídeo completo está sendo retirado sistematicamente do YouTube a cada vez que é postado. Um provedor russo está disponibilizando o vídeo completo e com o áudio revelador, que deixa no ar o “francês de merda” que um dos agressores grita enquanto esmurra, pela vigésima vez, o rapaz branco.

sábado, 16 de maio de 2009

Delícias do Multiculturalismo

O vídeo abaixo mostra um grupo de negros espancando repetida e violentamente um branco, até este ficar inconsciente e precisar de cirurgia facial. O caso passou-se numa estação de trens na Austrália e foi filmado pelas câmaras de vigilância.
Esse caso passou praticamente desapercebido pela mídia amestrada, contudo se fosse um grupo de brancos espancando um negro isso seria noticiado à exaustão, aliás, à náusea.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Domínio Judaico na Rússia Vermelha

Uma pequena prova estatística do domínio judaico na Rússia Vermelha.


"Nós estamos a ponto de eliminar a burguesia em sua qualidade de classe determinada. Vocês não tem nenhuma necessidade de provar que este ou aquele tem agido contra os interesses do poder soviético. A primeira pergunta a ser feita em relação a um detido é sobre a classe a que pertence, de onde vem, qual é o seu grau de instrução e sua profissão. As respostas fornecidas deverão selar a sorte do acusado".
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M. LATSIS, um dos chefes da Tcheká, 1918. A Tcheká (depois NKVD, depois KGB) foi fundada por Djerjinski (judeu).


"Haviam 384 comissários, incluindo 2 negros, 13 russos, 15 chineses, 22 armênios, E MAIS DE 300 JUDEUS. Do último número, 264 saíram dos Estados Unidos e foram para a Rússia desde a queda do governo imperial".
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CAPT. MONTGOMERY SCHUYLER, telegrama de Vladivostok, 09/06/1919, sobre a formação do governo soviético.


quarta-feira, 6 de maio de 2009

Entrevista Com Mahmoud Ahmadinejad


Abaixo a excelente entrevista com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad concedida à revista alemã Der Spiegel.

Spiegel: Presidente, até agora o senhor viajou para os Estados Unidos quatro vezes para comparecer à Assembléia Geral das Nações Unidas.Qual é a sua impressão dos EUA e dos norte-americanos?

Ahmadinejad: Em nome de Deus, o Misericordioso, o Compassivo, tenho prazer de recebê-los em Teerã mais uma vez, depois de nossa extensa conversa há quase três anos. Agora sobre os EUA: É claro, é impossível conhecer um país como os Estados Unidos em algumas visitas curtas, mas meu discurso e as discussões na Universidade de Columbia foram muito especiais para mim. Tenho muita consciência de que deve-se fazer uma distinção entre o governo americano e o povo americano. Nós não responsabilizamos os americanos pelas decisões equivocadas do governo Bush. Eles querem viver em paz, como todos nós.

Spiegel: O novo presidente dos EUA, Barack Obama, enviou uma mensagem em vídeo para a nação iraniana há três semanas, durante o festival de Ano Novo iraniano. O senhor assistiu ao discurso?

Ahmadinejad: Sim. Coisas importantes estão acontecendo nos Estados Unidos. Acredito que os americanos estejam no processo de iniciar desenvolvimentos importantes.

Spiegel: Como o senhor se sentiu em relação ao discurso?

Ahmadinejad: Ambivalente. Algumas passagens eram novas, enquanto outras repetiam posições já bem conhecidas. Achei surpreendente que Obama tenha dado um valor tão alto para a civilização iraniana, nossa história e cultura. Também é positivo o fato de ele ter enfatizado o respeito mútuo e as interações honestas como base para a cooperação.Em uma parte de seu discurso, ele diz que uma nação no mundo não depende apenas de armas e força militar, foi exatamente isso o que dissemos para os governos americanos anteriores. O grande erro de George W. Bush foi que ele queria resolver todos os problemas militarmente. Já se foram os dias em que um país podia enviar ordens para outros povos. Hoje, a humanidade precisa de cultura, ideias e lógica.

Spiegel: O que isso significa?

Ahmadinejad: Sentimos que Obama precisa transformar suas palavras em ações.

Spiegel: O novo presidente dos EUA, apesar de ter chamado de "repugnantes" as críticas anti-israelenses agressivas feitas pelo senhor, ainda assim falou de um novo começo nas relações com o Irã e estendeu suas mãos.

Ahmadinejad: Eu não entendi os comentários de Obama exatamente assim. Presto atenção ao que ele diz hoje. Mas é por isso mesmo que eu vejo que falta algo de decisivo. O que o leva a falar sobre um novo começo? Aconteceu alguma mudança na política americana? Nós recebemos bem as mudanças, mas elas ainda têm de ocorrer.

Spiegel: O senhor está constantemente fazendo demandas. Mas a verdade é: suas políticas, as relações desastrosas do Irã com os Estados Unidos, são um peso para a comunidade global e uma ameaça para a paz mundial. Onde está a sua contribuição para aliviar as tensões?

Ahmadinejad: Eu já expliquei isso para você. Apoiamos as conversações com base na justiça e no respeito. Essa sempre foi nossa posição. Estamos esperando que Obama anuncie seus planos, para que possamos analisá-los.

Spiegel: E é só?

Ahmadinejad: Temos que esperar e ver o que Obama quer fazer.

Spiegel: O mundo vê de forma diferente, e nós também. O Irã precisa agir. O Irã precisa mostrar que tem boa vontade.

Ahmadinejad: Onde fica esse mundo do qual você está falando? O que nós temos que fazer? Você está ciente de que não fomos nós que cortamos relações com os Estados Unidos. Os Estados Unidos cortaram relações conosco. O que você espera do Irã agora?

Spiegel: Atitudes concretas, ou pelo menos um gesto de sua parte.

Ahmadinejad: Eu já respondi a essa pergunta. Washington cortou relações.

Spiegel: O senhor está dizendo que receberia bem uma retomada das relações com os Estados Unidos?

Ahmadinejad: O que você acha? O que deve acontecer? Qual abordagem é a correta?

Spiegel: O mundo espera respostas do senhor, não de nós.

Ahmadinejad: Mas eu enviei uma mensagem para o novo presidente dos EUA. Foi um grande passo, um passo imenso. Eu o parabenizei por sua vitória nas eleições, e disse algumas coisas em minha carta. Isso foi feito com cuidado. Nós estávamos e continuamos interessados em mudanças significativas. Se quisermos resolver o problema entre nossos países, é importante reconhecer que o Irã não exerceu um papel no desenvolvimento desse problema. O comportamento dos governos americanos foi a causa. Se o comportamento dos Estados Unidos mudar, podemos esperar um progresso importante...

Spiegel: ... isso poderia levar à retomada de relações diplomáticas, talvez até à reabertura da embaixada, que foi ocupada em 1979, ano da revolução?

Ahmadinejad: Ainda não recebemos um pedido oficial nesse sentido. Se isso acontecer, tomaremos uma posição sobre o assunto. Esta não é uma questão de forma. Mudanças fundamentais precisam acontecer, para beneficiar todos os envolvidos. O governo americano precisa finalmente aprender lições com o passado.

Spiegel: E o senhor não?

Ahmadinejad: Todos precisam aprender com o passado.

Spiegel: Então, por favor, nos diga quais lições o senhor está aprendendo.

Ahmadinejad: Estivemos sob pressão durante os últimos 30 anos, injustamente e sem que tivéssemos cometido erros. Nós não fizemos nada...

Spiegel: ...de acordo com o senhor. Os americanos veem as coisas de um jeito bem diferente. A crise dos reféns de 444 dias, durante a qual 50 cidadãos americanos foram detidos no final de 1979 até o começo de 1981 na embaixada americana em Teerã, ainda hoje é um trauma coletivo americano.

Ahmadinejad: Mas pense nas coisas que foram feitas aos iranianos! Nós fomos atacados pelo Iraque. Foram oito anos de guerra. Os Estados Unidos e alguns países europeus apoiavam essa agressão. Nós fomos atacados até mesmo com armas químicas e o seu país, entre outros, ajudou e encorajou esses ataques. Nós não cometemos uma injustiça com ninguém. Não queríamos atacar ninguém, nem ocupamos outros países. Não temos presença militar na Europa ou nos EUA. Mas as tropas da Europa e dos EUA estão estacionadas ao longo de nossas fronteiras.

Spiegel: Os governos ocidentais, incluindo o da Alemanha, estão convencidos de que o Irã apoia organizações terroristas e de que o Irã teve dissidentes mortos no exterior. Talvez os erros não tenham sido cometidos apenas por um lado...

Ahmadinejad: Você quer dizer que as tropas foram colocadas ao longo de nossas fronteiras porque nós supostamente apoiamos organizações terroristas?

Spiegel: Nós não dissemos nem concluímos isso. Mas a acusação de apoio ao terrorismo foi feita. Onde está sua contribuição construtiva?

Ahmadinejad: Antes de mais nada: nós não praticamos o terror, mas somos vítimas dele. Depois da revolução, nosso presidente e primeiro-ministro foram mortos num ataque a bomba no prédio adjacente ao meu gabinete. Nossa fé proíbe que nos engajemos no terrorismo. E no que diz respeito às contribuições construtivas que nos cobram, nós contribuímos com a estabilização tanto do Afeganistão quanto do Iraque nos últimos anos. Enquanto fazíamos essas contribuições, o governo Bush nos acusou de fazer o oposto. Você acredita que os problemas podem ser resolvidos com força militar e invasão? A estratégia empregada pelos EUA e pela Otan não estava errada desde o princípio? Nós sempre dissemos que essa não é a maneira de lutar contra os terroristas. Hoje eles estão mais fortes do que nunca.

Spiegel: Mais uma vez, não vemos evidência de nenhuma autocrítica.

Ahmadinejad: Então porque você não me diz quais são os erros que nós supostamente cometemos. Não temos interesse num acerto de contas histórico.

Spiegel: O senhor não está insistindo que os americanos peçam desculpas pelo golpe da CIA em 1953 contra o primeiro-ministro iraniano eleito Mohammed Mossadegh?

Ahmadinejad: Nós não queremos nos vingar. Só queremos que os americanos corrijam seu curso. Você vê de fato algum sinal de que isso esteja acontecendo?

Spiegel: Sim, vemos. George W. Bush declarou que o Irã era um integrante do Eixo do Mal e ameaçou Teerã, pelo menos indiretamente, com uma mudança de regime. Não há mais nenhuma menção a isso no governo Obama.

Ahmadinejad: Há mudanças na escolha da linguagem. Mas não é suficiente. Durante os últimos 30 anos, a Alemanha e outros países europeus estiveram sob pressão dos americanos para não melhorarem suas relações com Teerã. É o que todos os estadistas europeus nos dizem.

Spiegel: Foi isso o que o ex-chanceler alemão Gerhard Schröder disse quando o senhor se encontrou com ele em Teerã em fevereiro?

Ahmadinejad: Sim, ele disse isso, entre outras coisas. Agora esperamos ver ações concretas. Isso é bom para todos, mas é especialmente benéfico para os Estados Unidos, porque a posição americana no mundo não é exatamente boa. Ninguém confia nas palavras dos americanos.


Spiegel: É verdade que a reputação dos EUA no mundo sofreu com o presidente George W. Bush. Mas com todo o respeito, presidente, a reputação do Irã também sofreu tremendamente durante seu tempo de governo.


Ahmadinejad: Onde? Com quem? Com os que estão no poder ou com o povo? Com que povo e com que governos? Durante os mais de três anos que estou no governo, visitei mais de 60 países, onde fui recebido com grande afeição tanto pelo povo nas ruas quanto pelos que estão no governo. Temos o apoio de 118 países do Movimento Não-Alinhado. Concordo que nossa reputação junto ao governo americano e a alguns governos europeus não é positiva. Mas isso é problema deles. Todos os povos estão fartos do governo americano.

Spiegel: Mas o senhor não está nem mesmo dando uma chance ao novo governo. Sua atitude é caracterizada pela falta de confiança.

Ahmadinejad: Nós falamos de Barack Obama com muito respeito. Mas somos realistas. Queremos ver mudanças concretas. Nesse contexto, também estamos interessados em ajudar a corrigir uma política equivocada no Afeganistão.

Spiegel: O que o senhor propõe fazer?

Ahmadinejad: Veja, mais de US$ 250 bilhões foram gastos na campanha militar no Afeganistão até hoje. Com uma população de 30 milhões, isso chega a mais de US$ 8 mil por pessoa, ou cerca de US$ 42 mil para uma família média de cinco pessoas. Fábricas e estradas poderiam ter sido construídas, universidades criadas e campos cultivados para o povo afegão. Se isso tivesse acontecido, será que haveria algum espaço para os terroristas? É preciso agir na raiz do problema, e não nos galhos. A solução para o Afeganistão não é militar, mas humanitária. É do interesse do Ocidente nos ouvir, e se não o fizerem, nós lavamos nossas mãos em relação ao assunto. Somos apenas observadores. Nós lamentamos profundamente a perda de vidas humanas, não importa quais vidas foram tiradas. Isso vale tanto para os civis afegãos quanto para as forças militares que intervieram no país.

Spiegel: Isso soa como se o senhor não tivesse nenhum interesse em ajudar os americanos e a Otan a lutar contra o Taleban. Obama coloca mais ênfase na reconstrução civil, mas ele também acredita que é preciso usar a força militar para lidar com os radicais que querem atrapalhar essa reconstrução.

Ahmadinejad: Nesse momento, digo para você que a nova política de Obama está errada. Os americanos não têm familiaridade com a região, e a percepção dos comandantes da Otan está equivocada. Digo isso na condição de um professor treinado: isso está errado. Pelo menos no que diz respeito aos US$ 250 bilhões - se o dinheiro tivesse sido gasto nos EUA, talvez tivesse resolvido o problema do desemprego, pelo menos em parte. E talvez hoje não houvesse crise econômica.

Spiegel: O senhor está seriamente insistindo que os EUA se retirem da região?

Ahmadinejad: É preciso ter um plano, é claro. Uma retirada só pode ser feita com várias medidas. É preciso que seja acompanhada por outras ações simultâneas, como um fortalecimento do governo regional. Você sabe que a produção de narcóticos cresceu cinco vezes durante o comando da Otan no Afeganistão? Narcóticos! Isso mata gente. Perdemos mais de 3.300 pessoas na guerra contra o tráfico de drogas. Nossa força policial se sacrificou ao defender nossa fronteira de mil quilômetros com o Afeganistão.

Spiegel: O Irã sempre se opôs ao Taleban. Mas o retorno deles ao poder não pode ser evitado sem a força militar.

Ahmadinejad: O poder deve ser dado ao povo. Isso requer ajuda econômica, além de um processo político claro. O governo afegão deveria ter recebido mais responsabilidade nos últimos sete anos. O presidente Hamid Karzai disse para mim uma vez: eles não permitem que façamos nosso trabalho.

Spiegel: Todos, incluindo os americanos, enfatizam que as pessoas precisam ser respeitadas. Obama e a Otan concordaram com uma lista abrangente de medidas para o Afeganistão e estão contando com o apoio do Irã a essas medidas, em prol de um Afeganistão estável. O senhor tem a intenção de recusar qualquer cooperação?

Ahmadinejad: Acredito que o caminho diplomático seja a abordagem correta para avaliar uma opção como essa. Vocês são jornalistas, não representantes da Otan, é por isso que não vou explicar minha posição em relação a isso. Se recebermos um pedido por meio dos canais diplomáticos, responderemos.

Spiegel: Mas alguns políticos em Teerã temem o contato com os EUA. De acordo com oficiais norte-americanos, o vice-ministro de exterior do Irã, Mohammed Mehdi Ahundzadeh, cumprimentou o enviado especial dos EUA Richard Holbrooke na conferência sobre o Afeganistão em Haia na semana passada, mas depois o ministro de exterior negou veementemente o encontro. Como podemos confiar em sua disposição para cooperar se um inofensivo aperto de mão representa um problema para vocês?

Ahmadinejad: Não acho que isso seja de fato relevante. Um aperto de mão, uma gentileza, isso não é um problema a meu ver.

Spiegel: O senhor está minimizando o fato. Mas talvez haja mais coisas por trás de um aperto de mão que causem tumulto. Talvez seja um símbolo de quão profunda é a rixa entre Teerã e Washington - e do fato de que vocês estão de fato indispostos a se acertar com seu favorito arqui-inimigo.

Ahmadinejad: Naturalmente, não podemos esperar que problemas que surgiram durante mais de meio século sejam resolvidos em apenas alguns dias. Não somos obstinados nem ingênuos. Somos realistas. O importante é a determinação de fazer melhorias. Se a atmosfera muda, é possível encontrar soluções.

Spiegel: O senhor, assim como os americanos, faz uma distinção entre o Taleban incorrigível que deve ser combatido, e o Taleban moderado, com o qual é possível manter um diálogo?

Ahmadinejad: Eu não me aventuraria a um veredicto conclusivo sobre esse aspecto. Eu não sei o que isso significa. Não se esqueça, o povo afegão tem laços históricos estreitos com o Irã. Mais de três milhões de cidadãos afegãos vivem no nosso país. E como também somos amigáveis com os alemães, eu repito: uma presença militar mais forte não é a solução.

Spiegel: O senhor está preocupado com os soldados alemães no Afeganistão?

Ahmadinejad: Nós também gostamos dos alemães. Estamos preocupados.

Spiegel: E ainda assim o senhor ignora as consequências.

Ahmadinejad: Não. Se algo nos é explicado de uma maneira lógica, nós aceitamos. Nós negociamos com os americanos no Iraque, ainda que isso fosse contra o nosso princípio básico de não falar com os americanos. Fizemos isso por causa do problema em questão, dentro do contexto da lógica clara.

Spiegel: Se as tropas americanas se retirarem do Iraque, a situação de segurança provavelmente irá se deteriorar dramaticamente. Vocês irão preencher o vácuo de poder no vizinho Iraque, onde seus colegas xiitas somam dois terços da população? Vocês defendem o estabelecimento de uma teocracia, uma República Islâmica do Iraque?

Ahmadinejad: Acreditamos que o povo iraquiano é capaz de cuidar de sua própria segurança. O povo iraquiano tem uma civilização com mais de mil anos de história. Nós apoiaremos o que quer que os iraquianos decidam fazer e qualquer forma de governo que escolherem. Um Iraque soberano, unido e forte é benéfico para todos. Nós receberíamos bem isso.

Spiegel: Os serviços de inteligência americanos concluíram que Teerã desempenha um papel totalmente diferente no Iraque. A CIA alega que o Irã está incitando a resistência às tropas através das milícias xiitas.

Ahmadinejad: Não prestamos atenção aos relatórios dos serviços de inteligência americanos. Os americanos ocuparam o Iraque e são responsáveis por sua segurança. No passado, eles quiseram desviar a atenção de seus próprios erros culpando-nos pela agitação. Eles precisam corrigir os próprios erros. As coisas melhoraram para os americanos desde que eles reconheceram isso e começaram a respeitar o povo iraquiano. Nossas relações com Bagdá são muito próximas. Nós apoiamos totalmente o governo iraquiano. Como sempre, nossas políticas são totalmente transparentes.

Spiegel: O senhor se opõe às nações mais importantes do mundo em um dos principais conflitos internacionais. O Irã é altamente suspeito de construir uma bomba nuclear sob o pretexto de realizar pesquisas civis. Apenas recentemente, o presidente Obama alertou quanto a esse perigo real durante visita à Europa. Existem quatro resoluções da ONU pedindo que o Irã pare com suas atividades de enriquecimento de urânio. Porque o senhor não atende a esses pedidos de uma vez por todas?

Ahmadinejad: O que você quer dizer com isso?

Spiegel: Presidente, queremos dizer que o mundo está esperando um sinal de vocês, que estamos esperando um sinal. Por que o senhor não suspende o enriquecimento de urânio, pelo menos temporariamente, estabelecendo assim o alicerce para o começo de negociações sérias?

Ahmadinejad: Essas discussões estão ultrapassadas. O tempo para isso já foi. Os 118 membros do Movimento Não-Alinhado nos apoiam unanimemente, assim como os 57 Estados membros da Organização da Conferência Islâmica. Se eliminarmos a duplicação entre os dois grupos, temos 125 países que estão ao nosso lado. Se poucos países se opõem a nós, você certamente não pode afirmar que é o mundo inteiro.

Spiegel: Estamos falando da Europa e dos Estados Unidos, não somos apenas um político que quer se encontrar com o senhor. Políticos italianos experientes o evitaram na conferência da ONU em Roma no ano passado.

Ahmadinejad: Nós vemos isso também, é claro. Mas estamos dizendo que a Europa não é o mundo inteiro. Por que você acredita nisso? Além do mais, eu nem mesmo queria encontrar os políticos italianos.

Spiegel: Mesmo que o senhor se recuse a acreditar, o organismo internacional mais importante, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, quase que por unanimidade se opõe ao senhor. Não apenas as potências do Ocidente, mas também a China e a Rússia já aprovaram sanções contra o Irã.

Ahmadinejad: Permita-me esclarecer as coisas, tanto legalmente quanto politicamente. Pelo menos dez membros do Conselho de Segurança da ONU...

Spiegel: ... que inclui, além dos membros permanentes, os EUA, a Rússia, a Grã-Bretanha, França e China, dez representantes eleitos com base num princípio de rotatividade...

Ahmadinejad: ... diseram-nos que só votaram contra nós por causa da pressão americana e britânica. Muitos disseram isso nesta mesma sala. Qual é o valor de um consentimento sob pressão? Consideramos que isso seja legalmente irrelevante. Falando politicamente, acreditamos que este não seja o jeito certo de administrar o mundo. Todos os povos precisam ser respeitados, e precisam ter os mesmos direitos garantidos.

Spiegel: Que direito tem o Irã de se sentir excluído?

Ahmadinejad: Se uma tecnologia é benéfica, todos deveriam tê-la. Se não é, ninguém deveria. Como pode os Estados Unidos terem 5.400 ogivas nucleares e a Alemanha não ter nenhuma? E nós não podemos nem mesmo buscar o uso pacífico da energia nuclear? Nossa lógica é totalmente clara: direitos iguais para todos. A composição do Conselho de Segurança e o veto de seus membros permanentes são consequências da 2ª Guerra Mundial, que terminou há 60 anos. As potências vitoriosas devem continuar dominando a humanidade para sempre, elas devem constituir o governo do mundo? A composição do Conselho de Segurança deve ser mudada.

Spiegel: O senhor se refere à Índia, Alemanha, África do Sul? O Irã também deveria ser um membro permanente do Conselho de Segurança?

Ahmadinejad: Se as coisas fossem feitas com justiça no mundo, o Irã também teria de ser um membro do Conselho de Segurança. Nós não aceitamos a ideia de que um punhado de países veja a si mesmo como os donos do mundo. Eles deveriam abrir os olhos e reconhecer as condições reais.

Spiegel: Essas condições reais incluem sua recusa em abandonar o programa nuclear apesar da pressão internacional. Isso significa que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e seu diretor geral, Mohamed El-Baradei, pode desistir da tarefa de estabelecer negociações com o Irã? O enriquecimento do urânio não será interrompido sob nenhuma circunstância?

Ahmadinejad: Acredito que eles já chegaram a essa conclusão em Vienna. Por que nos tornamos um membro da AIEA? Para que pudéssemos usar a energia para fins pacíficos. Quando um país se torna membro de uma organização internacional, ele só tem deveres, ou também tem direitos? Que assistência recebemos da AIEA? Ela nos forneceu alguma tecnologia ou conhecimento? Não. Mas de acordo com seus estatutos, ela teria de fazer isso. Mas não, simplesmente executou as instruções vindas dos Estados Unidos.

Spiegel: Com todo o respeito, presidente, o Irã escondeu, enganou e deu informações falsas, o que levantou as suspeitas do mundo todo. Infelizmente, a suspeita de que o senhor está abusando de seus direitos e desenvolvendo uma bomba secretamente não foi até agora descartada.

Ahmadinejad: Onde é que nós enganamos? Essa é uma grande mentira! Nós cooperamos com a Agência de Energia Atômica. E além disso, a AIEA não foi fundada para que as potências nucleares se desarmassem? Onde estão os relatórios que documentam quem foi desarmado, e em que extensão? Isso simplesmente não aconteceu. Estamos preocupados, e profundamente desconfiados.

Spiegel: O mundo não confia no senhor, e a maior preocupação do mundo é de que o senhor esteja construindo a bomba, porque se sente cercado de potências nucleares, os Estados Unidos, a Índia e o Paquistão, e não porque Israel possui a bomba.

Ahmadinejad: Não temos interesse em construir uma arma nuclear. Nós enviamos milhares de páginas de relatórios à AIEA e possibilitamos milhares de horas de inspeção. Câmeras da AIEA monitoram nossas atividades. Quem é perigoso, e de quem os inspetores deveriam desconfiar? Daqueles que secretamente construíram a bomba, ou de nós, que cooperamos com a IAEA?

Spiegel: Certamente não se pode falar de uma vontade genuína de cooperar de sua parte. O diretor geral El-Baradei disse isso repetidas vezes em nossas conversas e isso também está documentado em relatórios públicos da AIEA.

Ahmadinejad: Permita-me fazer duas observações finais em relação a essa questão nuclear. Primeiro, enquanto não houver justiça, não poderá haver solução. Não é possível medir o mundo com dois parâmetros - esse foi o grande erro de Bush. Os americanos não deveriam cometer o mesmo erro novamente. Nós dizemos: estamos dispostos a cooperar sob condições justas. As mesmas condições, e num campo nivelado. A segunda observação diz respeito aos defensores da guerra e aos sionistas...

Spiegel: ... seu eterno inimigo de conveniência...

Ahmadinejad: ... cuja existência se alimenta da tensão e que enriqueceram com a guerra. E há também um terceiro grupo, os intolerantes, aqueles que estão interessados apenas no poder. O maior problema de Obama é a política interna. Por um lado, os EUA precisam do Irã e devem se realinhar de uma nova maneira. Por outro lado, o novo presidente dos EUA está sob pressão desses grupos. Decisões corajosas são necessárias, e a bola está na quadra de Obama.

Spiegel: Até recentemente, suas visões sobre os EUA incluíam a convicção de que um homem negro jamais pudesse ser presidente dos Estados Unidos. É possível que o senhor tenha uma imagem equivocada e totalmente distorcida dos EUA?

Ahmadinejad: Não, não foi assim como você descreveu. Esperamos que as mudanças na política americana tenham uma natureza fundamental, e que muito mais tenha mudado além da cor. E que a política americana seja mais justa, para o benefício da África, Ásia e, principalmente, do Oriente Médio.

Spiegel: O senhor se tornou um dos jogadores políticos mais importantes na região porque se tornou um defensor da causa palestina.

Ahmadinejad: Estamos defendendo mais do que os direitos básicos dos palestinos oprimidos. Nossa proposta para resolver os conflitos no Oriente Médio é de que os palestinos possam decidir seu próprio futuro num referendo livre. Você acha que é certo que alguns países europeus e os Estados Unidos apoiem o regime de ocupação e o Estado sionista artificial, mas condenem o Irã, simplesmente porque estamos defendendo os direitos do povo palestino?

Spiegel: Você está falando de Israel, um membro das Nações Unidas que foi reconhecido mundialmente há muitas décadas. O que o senhor faria se a maioria dos palestinos votassem por uma solução de dois Estados, ou seja, se eles reconhecessem o direito de existir de Israel?

Ahmadinejad: Se eles decidissem assim, todos deveriam aceitar essa decisão...

Spiegel: ... e o senhor teria de reconhecer Israel, um país que, no passado, o senhor disse que gostaria de "varrer do mapa". Por favor nos diga exatamente o que o senhor falou e qual o significado disso.

Ahmadinejad: Deixe-me colocar assim, em tom de brincadeira: por que os alemães causaram tanta confusão no passado, permitindo que esses problemas surgissem, antes de mais nada? O regime sionista é resultado da 2ª Guerra Mundial. O que isso tem a ver com o povo palestino? Ou com a região do Oriente Médio? Acredito que devemos chegar à raiz do problema. Se não consideramos as causas, não pode haver solução.

Spiegel: Chegar à raiz do problema significa varrer Israel?

Ahmadinejad: Significa exigir os direitos do povo palestino. Acredito que isso seja para o benefício de todos, para o dos EUA, Europa e Alemanha. Mas não queríamos discutir a Alemanha e as relações entre a Alemanha e o Irã?

Spiegel: É sobre isso que estamos falando. O fato de que o senhor nega o direito de existir de Israel é muito importante para as relações entre a Alemanha e o Irã.

Ahmadinejad: Você acredita que o povo alemão apoia o regime sionista? Você acredita que poderia haver um referendo na Alemanha sobre essa questão? Se permitissem que um referendo assim existisse, você descobriria que o povo alemão odeia o regime sionista.

Spiegel: Estamos confiantes que não é esse o caso.

Ahmadinejad: Não acredito que os países europeus seriam tão indulgentes se apenas um centésimo dos crimes que o regime sionista cometeu em Gaza tivesse acontecido na Europa. Por que os governos europeus apoiam esse regime? Eu já tentei explicar isso para você antes...

Spiegel: ... quando discutimos sobre sua negação do Holocausto há três anos. Depois da entrevista, enviamos um filme da Spiegel TV sobre o extermínio de judeus durante o Terceiro Reich. O senhor recebeu o DVD sobre o Holocausto, chegou a assisti-lo?

Ahmadinejad: Sim, recebi o DVD. Não não quis responder a vocês sobre esse assunto. Acho que a controvérsia sobre o Holocausto não é um assunto para o povo alemão. O problema é mais profundo do que isso. A propósito, obrigado novamente por virem. Vocês são alemães, e tenho os alemães em alta conta.

Spiegel: O senhor tem alguma mensagem para o governo alemão?

Ahmadinejad: Enviei uma carta para a chanceler Merkel há três anos, na qual eu enfatizava a importância de nossas relações históricas, culturais e econômicas e pedia para a Alemanha exercitar uma maior independência.

Spiegel: O Irã terá eleições presidenciais em 12 de junho. O senhor é considerado o favorito. Acha que vai vencer?

Ahmadinejad: Vamos ver o que acontece. Nove semanas é muito tempo. Em nosso país, não há vencedores e, portanto, não há verdadeiros perdedores.

Spiegel: Se o senhor for reeleito, será o primeiro presidente da República Islâmica do Irã a apertar a mão de um presidente norte-americano?

Ahmadinejad: O que você quer dizer?

Spiegel: Senhor presidente, obrigado pela entrevista.

Fonte: UOL

terça-feira, 5 de maio de 2009

O Anti-Tabagismo Durante o III Reich

Com o começo do ano 2006, entrou em vigor uma lei na Espanha que regula o consumo de fumo em lugares públicos, transportes públicos e centros de trabalho. Com motivo disso, alguns dos detratores desta lei fizeram circular pela rede um texto intitulado "A lei anti-tabaco foi inventada pelos nazistas", com o propósito de desacreditar esta nova lei, porque como o cidadão médio, submetido ao bombardeio dos meios de desinformação, fizeram-lhe acreditar que todos os "nazistas" são intrinsecamente maus por natureza, se mostrar-lhe que medidas similares foram aplicadas durante o III Reich pensará que leis deste tipo são próprias de fascistas que só procuram impedir sua liberdade individual, seu direitos como cidadão do mundo e blablabla.

De todos os modos pelo que pudemos ler, a lei espanhola é muito pouco restritiva comparada com as leis que, por exemplo, há no estado da Califórnia onde não se permite fumar nos parques públicos nem em lugares públicos fechados, como bares, restaurantes e escritórios. Também não se pode fumar nas praias, nem num apartamento de aluguel se o proprietário não autorizar, e na rua os fumantes podem acender um cigarro só se estiverem, no mínimo, a seis metros de distância de um edifício público.

Podemos pôr também como exemplo um lugar que agradará mais aos políticos de salão, o "paraíso comunista" da Cuba, onde se proíbe fumar em todos os lugares públicos fechados incluindo escritórios, teatros, ônibus, táxis, trens, escolas, zonas de manipulação de alimentos e estádios esportivos.

O fumo segue representando o maior problema da saúde pública de nosso tempo, já que intervém em uma de cada cinco mortes da população geral e na metade das mortes entre 35 e 69 anos. O tema do fumo nunca se tinha levado, na Espanha, com a seriedade que merecem os 55.000 mortos que ocasiona anualmente. Legislava-se para conseguir seu controle, mas se esquecia de desenvolver aspectos tão elementares como os mecanismos necessários para que as leis fossem cumpridas.

Os historiadores e epidemiologistas mal acabam de começar a explorar o movimento anti-fumo desenvolvido na Alemanha durante o governo de Adolf Hitler. A Alemanha teve o mais forte movimento antitabaco do mundo na década dos anos 30 e na primeira metade da década dos anos 40, com medidas tais como a proibição de fumar em lugares públicos, proibições de propaganda, restrições para as rações de fumo para as mulheres, e a mais refinada investigação mundial sobre os efeitos do tabaco, contribuindo com provas científicas da já evidente relação entre o fumo e o câncer de pulmão.

Na última década os historiadores médicos contribuíram com estudos que melhoram nosso conhecimento sobre a medicina e a saúde pública na Alemanha do III Reich. Sabemos graças a isso que aproximadamente a metade dos médicos do sistema público de saúde estavam filiados ao NSDAP.

Muitos líderes nacional socialistas se opunham claramente ao consumo de fumo, como o Doutor Robert Ley, da Frente Alemã do Trabalho, sendo Adolf Hitler um dos mais ferrenhos em sua oposição.

O primeiro caso de um estudo controlado sobre a relação entre câncer de pulmão e tabagismo foi levado a cabo na Alemanha em 1939. Isto foi possível com a volta do Escritório Contra os Riscos do Álcool e do Fumo, estabelecido em 1939 pelo Doutor Leonard Conti, responsável dos Assuntos de Saúde do Reich, na qual tinha precedido no cargo Gerhard Wagner. O Instituto de Investigação dos Riscos do Fumo,estabelecido na Universidade de Jena, desenvolveu um segundo estudo em 1942. Este Instituto foi financiado com 100.000 marcos do Reich provenientes das finanças pessoais de Adolf Hitler.

Além das investigações sobre o tabagismo, também tinha muitas campanhas para promover o hábito saudável de não fumar. As Juventudes Hitlerianas e a Liga das Garotas Alemãs distribuíram abundante propaganda anti-fumo. Em 1942 a Federação das Mulheres Alemãs (BDM) lançou uma campanha contra o consumo de fumo e álcool. A Frente Alemã do Trabalho também desenvolveu muitas campanhas, onde se faziam muito insistentes, com os efeitos prejudiciais do tabaco para a saúde.


Estas campanhas estavam apoiadas também por uma legislação, que proibia fumar tanto alunos como professores em muitas escolas.

Considerava-se como negligência criminosa se os motoristas envolvidos em acidentes estavam fumando. Controlou-se estritamente a publicidade do fumo, e foi criada uma discussão sobre se os pacientes com doenças derivadas do tabagismo deviam receber o mesmo tratamento que os pacientes com doenças não derivadas do consumo de fumo.

A luta contra o tabagismo foi só um dos assuntos de saúde que receberam atenção por parte da Alemanha Nacional socialista. Também foram levadas a cabo campanhas contra o consumo de álcool. Recomendava-se consumir frutas e verduras, pão integral e não abusar das gorduras. Uma marcante figura da medicina do III Reich, Erwin Klein, predisse que no futuro se descobriria que o câncer era um resultado de uma dieta inconveniente. O consumo em excesso de creme era também particularmente desaprovado. O jornal oficial das SS, 'Das Schwarzes Korps', falou numa ocasião sobre os turistas alemães na Áustria que visitavam os cafés, que davam uma imagem "de onde se pode pensar que a Grande Alemanha foi criada só para que seus cidadãos pudessem “se encher” de bolos com creme". Um proeminente slogan pró-militarista rezava: "Poder de combate ou creme?".


Outro fator que se mostrou muito interesse sobre a noção de que um ambiente intra-uterino afetado pela nicotina e pelo álcool teria conseqüências no desenvolvimento dos filhos. Um manual de saúde de 1942 para mulheres grávidas proclamava: "Mães, deveis evitar absolutamente o álcool e a nicotina durante a gravidez e a lactância de vossos filhos. Estes elementos dificultam, danificam e destroem o curso normal da gravidez. Beber suco de frutas".

Apesar das campanhas levadas a cabo, entre 1933 e 1938 o consumo de fumo na Alemanha aumentou, com umas taxas de incremento superiores às da França que desenvolvia campanhas anti-tabaco menos ativas. O consumo per capita de cigarros na Alemanha entre 1932 e 1939 passou de 570 a 900 cigarros por ano, enquanto na França passou 570 a 630 cigarros por ano no mesmo período de tempo.

Igualmente que hoje em dia, há que levar em conta que as companhias tabaqueiras exerciam um grande poder econômico e político, e os ativistas anti-fumo alemães se queixavam freqüentemente de que seus esforços não podiam ser equiparados aos anúncios do "Estilo Americano" que utilizava a indústria do fumo. Os produtores nacionais de fumo neutralizaram toda a crítica mostrando-se como uns dos primeiros e ferventes apoiadores do Nacional socialismo, e não há que esquecer que as S.A (Sturm Abteilung) manufaturavam seus próprios cigarros das marcas Trommler, Alarm, Sturm e Neue Front Cigarettes na fábrica "Sturm Zigaretten".

Assim mesmo, a indústria tabaqueira lançou vários novos jornais e revistas com o propósito de contrariar a propaganda anti-fumo. Com uma estratégia que repetiriam nos Estados Unidos depois da II Guerra Mundial, algumas destas publicações tentavam desacreditar o movimento anti-fumo qualificando-lhes como "fanáticos" e "carentes de todo rigor científico".

Também há que levar em conta que o fumo cria uma importante fonte de renda para o tesouro público. Entre 1937 e 1938, as rendas provenientes dos impostos e tarifas sobre o fumo atingiram um bilhão de marcos do Reich. Em 1941, como resultado da união do Reich com a Áustria e a Boêmia, estas rendas foram incrementadas ao dobro. De acordo com o Escritório Alemão de Orçamentos Públicos, as rendas do fumo foram de 1/12 parte das rendas totais do Estado. Dizia-se que 200.000 de alemães viviam direta ou indiretamente da indústria do fumo, um argumento que foi rapidamente “dando a volta” daqueles que diziam que a Alemanha precisava de trabalhadores em indústrias realmente produtivas para a nação, pessoas que podiam ser recrutadas entre as que trabalhavam na indústria do tabaco.

As políticas anti-fumo na Alemanha se aceleraram no final dos anos 30, e nos primeiros anos da II GM o consumo de fumo já tinha começado a declinar. A Luftwaffe proibiu fumar em suas instalações em 1938, o mesmo que o Serviço Postal. A proibição de fumar se estendeu a muitos centros de trabalho, escritórios do governo, hospitais e casas de repouso.

O NSDAP proibiu fumar em seus escritórios em 1939, e nesse mesmo ano o chefe das SS, Heinrich Himmler anunciou a proibição de fumar para todos os policiais uniformizados e oficiais das SS enquanto estivessem de serviço, o que não impediu que, durante a guerra, um dos presentes que entregava Himmler aos membros da Waffen SS que tinham destacado, fosse um “porta-cigarros de prata” com sua assinatura pessoal.

Também no ano 1939 a revista da Associação dos Médicos Americanos apresentou um decreto de Hermann Goering onde se proibia que os soldados fumassem na rua enquanto estivessem de serviço, em marchas e desfiles, e nos períodos de permissão. 60 das principais cidades alemãs proibiram fumar nos transportes públicos em 1941, e em 1944 a proibição se estendeu a todas as cidades alemãs, incluindo os trens, vindo esta iniciativa do próprio Hitler, que estava preocupado pela exposição ao fumo das jovens condutoras. Também se proibiu fumar nos refúgios antiaéreos, ainda que em alguns deles tinham zonas separadas para fumantes. Durante os anos da guerra os cupons de racionamento de fumo foram denegados às mulheres grávidas e para todas as que tivessem menos de 25 anos, e os restaurantes e os cafés tinham proibido a venda para seus clientes. Estas medidas tinham como fim preservar a saúde das mulheres. A partir de 1943 foi decretado a proibição de fumar em público para todos os menores de 18 anos. Todas estas políticas se emolduravam dentro de uma campanha que pretendia marcar "o princípio do fim" do consumo de tabaco na Alemanha.

A epidemiologia sobre o fumo Alemão naquela época era a mais avançada em sua época. Os doutores Franz H. Muller em 1939 e Eberhard Schairer e Erich Schoniger em 1943 foram os primeiros a utilizar grupos de estudo seguindo métodos epidemiológicos para documentar a relação entre o câncer de pulmão e os cigarros, como mencionamos acima. Muller concluiu que "o importante aumento no consumo de fumo é a principal e mais notória causa do incremento da incidência de câncer de pulmão". As doenças do coração também foram mencionadas como umas das doenças mais graves produzidas pelo consumo de fumo. Nos últimos anos da guerra, se suspeitava da nicotina como a causadora das falhas coronárias sofridas por um surpreendente número de soldados na frente do Leste. Em 1944, um relatório de um médico militar apresentou que 32 jovens soldados dos quais tinha examinado uma vez mortos na frente de batalha por ataques do coração tinham sido todos "fumantes entusiastas". Este médico citava em seu relatório o patologista de Friburgo, Franz Buchner, que considerava que os cigarros deviam ser considerados "um veneno coronário de primeira ordem".

Em 20 de Junho de 1940, Adolf Hitler ordenou que as rações de fumo fossem distribuídas entre os soldados "de um modo que dissuadisse os soldados de fumar". As rações de cigarros estavam limitadas a 6 cigarros por pessoa ao dia. Com rações alternativas disponíveis para os não fumantes, como chocolate ou comida extra. Em ocasiões muito limitadas tinha cigarros extra disponíveis para fumar, mas estavam limitados a 50 ao mês por pessoa. As rações de fumo não podiam ser providas às mulheres da Wehrmacht. Uma ordem de 3 de novembro de 1941 aumentou as taxas sobre o fumo para um nível tão alto como nunca tinha estado, sendo entre 80% e 95% do preço de venda, com o fim de aumentar o preço e desincentivar o consumo. Depois da morte de Adolf Hitler, tiveram que passar mais de 25 anos para que as taxas sobre o fumo voltassem a incrementar.


Os efeitos destas e outras medidas, como as leituras por parte de médicos para desincentivar o consumo de fumo entre os soldados, conseguiram reduzir o consumo de fumo entre os militares durante os anos da II GM. Uma pesquisa efetuada em 1944 entre 1.000 membros do exército mostrou que enquanto a proporção de soldados fumantes tinha aumentado (só 12,7% eram não fumantes), o consumo de fumo tinha decrescido (em 14%). Mais militares eram fumantes (deles 10 tinham adquirido o hábito durante a guerra, enquanto só 7 tinham deixado), mas a média de consumo per capita de cada soldado tinha baixado quase 25% (23,4%) um consumo muito menor que o dos anos da préguerra entre o mesmo grupo. O número de fumantes ''intensivos'' (mais de 30 cigarros ao dia) tinha reduzido de 4,4% à 0,3%, e quedas similares foram registradas para os fumantes de ''intensidade média''.

A pobreza do pós-guerra provocou que o consumo não aumentasse. De acordo com as estatísticas oficiais alemãs, o consumo de fumo não voltou aos níveis da pré-guerra até meados dos anos 50. A queda foi muito significativa: o consumo alemão per capita diminuía a mais da metade entre 1940 e 1950, enquanto, por exemplo, o consumo nos EE.UU. dobrou durante esse período. Na França também aumentou, ainda que durante os quatro anos da ocupação alemã o consumo de cigarros diminuiu ainda mais do que na Alemanha. Depois da guerra, a Alemanha perdeu sua posição como a nação com umas das campanhas e uma ciência anti-tabaco mais agressiva. Depois da morte de Hitler, muitos dos doutores que trabalharam na campanha anti-fumo ou bem perderam seu trabalho ou foram silenciados. Karl Astelm, diretor do Instituto de Jena de Investigação dos Riscos do Fumo, que era, além disso, o reitor da Universidade de Jena e oficial das SS, suicidou-se em seu escritório na noite de 3 para 4 de Abril de 1945. O responsável dos Assuntos de Saúde do Reich, Leonardo Conti, outro ativista anti-tabaco, suicidou-se em 6 de outubro de 1945 numa prisão aliada onde estava à espera do julgamento por sua participação no programa de eutanásia. Hans Reiter, presidente do Escritório de Saúde do Reich, que numa ocasião definiu a nicotina como "o maior inimigo da saúde do povo" e "o estorvo número um da economia alemã" foi internado durante dois anos numa prisão americana, e posteriormente trabalhou como médico numa clínica de Kassel, não voltando jamais a exercer na saúde pública. O Gauleiter Fritz Sauckel, o cabeça do movimento anti-fumo de Turíngia e avalista em seus começos do Instituto de Investigação dos Riscos do Fumo, foi executado em 1 de Outubro de 1946. É surpreendente que todos os esforços para reduzir e eliminar o tabagismo na Alemanha fossem esquecidos depois da guerra.

Claramente havia alguns vínculos consideráveis entre promover alguns estilos de vida sãos e a idéia de defesa da raça. O fumo e o álcool eram considerados como "venenos genéticos" que levavam à degeneração do povo alemão, já que afetavam a fertilidade e podiam causar danos nos cromossomos. Talvez por este motivo, a opção por promover hábitos saudáveis durante o III Reich não foi dado a conhecer para o grande público, que como resultado de 70 anos de propaganda seguem pensando que todo "nazista" é mal e detestável por natureza.